domingo, 23 de dezembro de 2007

Bradesco, TOMA!

Não é só no Brasil que os bancos patrocinam árvores de natal. Aqui na Romênia, o Millenium Bank colocou em plena Piata Unirii a maior árvore artificial de natal da Europa (tenho que especificar, afinal aqui tem as naturais também) A árvore é muito alta, a praça é muito bacana e a festa de inauguração juntou cerca de 100 mil romenos, com direito a fogos de artifício, show e tudo. Um pequeno detalhe: a empresa que construiu a árvore é a mesma responsável pelas árvores em Portugal, Polônia e Brasil, e é brasileira.

Feliz Natal pra todo mundo!!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Malandragem, a língua universal.

Esse texto não é sobre o famoso "jeitinho brasileiro" (não gosto dessa expressão). Na verdade, a maladragem não tem uma nacionalidade, uma língua. Ela simplesmente existe, pra beneficiar uns e prejudicar os outros.

Pois bem, se você vier pra Romênia, saiba que a malandragem mora nos taxis. Em sua maioria, os caras adoram tirar vantagem das situações. E isso não é uma coisa que eu notei sozinho, e não é exclusivo para gringos como eu que ainda não falam a língua local, mas vale para os romenos desatentos também. Até o mundialmente famoso guia turístico da Lonely Planet alerta os visitantes sobre os altos preços praticados pelos motoristas.

No meu segundo dia aqui, peguei um taxi para a agência, a noite. Estava muito frio, e nenhum carro vazio. O único que parou não sabia falar inglês, mas mesmo assim decidir me aventurar. Tinha o cartão com o endereço da agência, e sabia mais ou menos a distância e o quanto deveria pagar - já sabendo que isso poderia acontecer, o pessoal daqui me alertou sobre os taxis e me deram todas as informações possíveis.

Pois o cara seguiu em frente e começou a resmungar. Eu entendi algumas palavras, e posso afirmar que não foram nem um pouco carinhosas - é óbvio que as primeiras palavras que aprendemos em outras línguas são os palavrões, depois o básico, certo? E eu nunca achei que isso fosse realmente ser útil. Ele começou a dar umas voltas esquisitas, e eu não pude falar nada, pois não sabia como falar as direções, mas sabia que ali definitivamente não era o local. Pois bem, o cara então parou o carro e foi olhar no mapa o nome da rua. E surrealmente, o cara virou-se pra mim e começou a falar em espanhol. É, parece que ele se lembrou que falava outra língua. Ok, mesmo não falando espanhol, foi bem mais fácil pra se comunicar. E a partir daí, ele retomou o caminho.

Mesmo depois de olhar no mapa, ele ainda não estava muito "convencido" e resolveu pedir informação na rua. Já estávamos próximos, eu reconhecia o local, mas não sabia dar as direções. E enquanto ele argumentava em romeno com um cidadão, eu reparei uma outra coisa: o taxímetro não estava ligado (ele fica ligado, mas não estava correndo). Resolvi então ficar na minha, fingir que não tinha notado, e então seguimos. Logo achamos a rua, e então veio a cobrança: eu apontei pro taxímetro em espanhol falei que não estava ligado, e quanto seria. Ele malandramente imprimiu uma nota, e queria me cobrar o que estava escrito: $17.50/ora (hora, óbvio, sendo que ficamos no táxi uns 10 minutos só. A bandeirada inicial era $1.75, e o trajeto daria uns $8) Eu ri, apontei pra ele e falei em romeno NU (não), apontei pra ORA, e falei NU (de novo) - ok, tive que tentar isso, porque depois que paramos, ele não entendeu mais o meu espanhol, óbvio. Ficou olhando pra mim calado, e então em espanhol falou a famosa frase do reclame das Casas Bahia "quer pagar quanto?" Tirei 1 Lei e dei pra ele, e ele falou puto que não, que queria $10. Falei $6, ele $8, e fechamos em $7. Agradeci em romeno e escutei mais alguns palavrões divertidos, em um grande mix de línguas, aumentando ainda mais o meu vocabulário romeno.

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Ok, agora uma coisa boa: Já temos novo trailer para a nova temporada de Lost. Ano que vem promete. Será que o Jack vai morrer nessa temporada? Estamos torcendo!!!




Palavra do dia: profitor (malandro)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Alô Suipa!

Pra quem não sabe, a Romênia tem uma grande população de cachorros de rua. Em sua maioria, eles estão assustados, passam correndo, morrem de medo das pessoas - lógico que existem os mais ferozes, que mostram os dentes pra quem resolver encará-los. Mesmo assim, é muito difícil você ser mordido - pelo menos é o que falam por aqui, ninguém sabe de nenhum caso de mordidas por cães sem teto.

O problema é grave e os números são assustadores. Em novembro de 2002, houve um "massacre de cães de rua", e segundo os dados da época, cerca de 130 mil cachorros foram mortos. Algumas soluções foram debatidas na época, como numerar os cachorros, esterelizar, mas nada de fato foi resolvido. Existem muitos lugares que abrigam cachorros de rua, mas a capacidade dos lugares não atende a necessidade.

Ainda há uma grande discussão sobre o assunto por aqui, sobre o que deve ser feito: alguns defendem a matança, outros a esterilazação, outros simplesmente defendem a liberdade de ir e vir dos cachorros. E enquanto nada é feito, eles continuam pelas ruas, se reproduzindo.

Alguém aí quer adotar um cachorrinho?

Palavra do dia: câine abandonat (essa é fácil de entender)


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

E aí, foi bom pra você?

Geeeeeeente, tenho que dividir com vocês.

Pois é, aconteceu. Um momento muito aguardado. Não sabia como ou quando ia acontecer, mas eu sabia que seria um momento muito especial, sabe? Estava nervoso, ansioso, um turbilhão de emoções, afinal de contas, a primeira vez a gente nuuunca esquece.

Palavra do dia: Zapada (neve)














quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Jõao Kleber Romeno















Pois é, o João Kleber inspirou (e inspira) muitos até hoje. Diversão garantida nas noites romenas!

http://www.antena1.ro/index.php?page=webcast&id=7024&type=show&item=24

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CHEGUEI NA ROMÊNIA!!!

Pois é. Taí uma coisa que eu não me imaginava falando há uns 4 meses atrás. Eu sempre quis ter a experiência de trabalhar na Europa, mas nunca tinha tido a oportunidade - e confesso que nunca tinha cogitado ou pesquisado sobre uma oportunidade romena anteriormente. Simplesmente, apareceu. Até ela se tornar verdade, muitas pesquisas no google e na Wikipedia foram solicitadas, até eu tomar coragem e falar "por que não?"

Ao mesmo tempo que a data ia se aproximando e a ansiedade ia tomando conta de mim, a novidade criou uma curiosidade comum em todos os meus amigos. Até então, tudo que eu sabia, assim como a maioria, era que a Romênia tinha o Conde Drácula, o Hagi, o Lacatus e os Ciganos. Comecei a receber milhões de emails com links, histórias sobre cachorros de ruas, ciganos, programas de televisão onde o apresentador espanca os entrevistados, enfim, uma quantidade enorme de dados. Mas eu sabia que eu só ia conhecer de verdade no minuto em que pisasse em solo romeno.

Antes mesmo de pisar em solo romeno, ainda em solo francês, minha primeira experiência com a polícia internacional - tive que abrir mala de mão, tirar tênis, ser todo revistado antes de embarcar. Ok, ultimamente todos estão neuróticos com tudo, mas não me senti mais seguro por isso. Pelo contrário, me senti invadido, e sei que não sou o único que se sentiu assim, porque mesmo sem entender as palavras, entendi uns gestos de um cara para a mesma policial que fez eu passar pelo alarme 3 vezes.

Já em solo romeno, o primeiro bigode: minhas malas não vieram. Maldita Air France! Nessas horas, imaginei a policial se divertindo com a minha mala, abrindo tudo e dando risada com os colegas. Lógico que fiquei puto, mas mais do que isso, fiquei assustado - meu primeiro dia na cidade e e eu já não tinha absolutamente nada, a não ser meu ipod, minha câmera e um guia de frases chaves em romeno. Lógico q não o usei, pois não ia conseguir xingar em romeno, então fiquei no inglês. A minha primeira impressão que tive sobre as pessoas é que todos são muito calmos - o que é uma coisa boa para se resolver problemas, certo? A responsável do setor de achados/perdidos foi super simpática comigo, e me avisou que com certeza a minha mala viria no dia seguinte, em outro vôo. Dito e feito.


Depois do susto inicial, hora de sair do aeroporto e descobrir minha nova casa. A primeira impressão que eu tive da cidade foi boa, passamos por lugares muito bonitos, mas a cidade estava meio cinza, por conta do frio. Aliás, que frio!! Ainda nem entrou o inverno, e já estamos na faixa dos 3 graus. Saindo do centro, pude perceber que a Romênia ainda carrega traços da "romênia comunista", com blocos de prédios antigos e iguais. E o meu prédio não podia ser diferente - um prédio tipicamente europeu.

De qualquer forma, o meu apartamento é o contrário do prédio - já que não se pode alterar a estrutura, altera-se o conteúdo. O studio é moderno, novo, tem tudo. E isso foi um grande alívio pra quem não tinha nada até o momento. Com a calma recuperada, decidi então caminhar na vizinhança.


Passeando pelas ruas, não encontrei nada aberto, lógico - já era tarde, e domingo, então foi mais um reconhecimento de campo. As únicas opções pra mim eram McDonalds, KFC e Turabo Cafe (uma espécie de Armazém do Café, com mais comidas). Resolvi encarar a lojinha, e fui bem recebido por milhões de olhares desconfiados. Até a garconete demorou pra me atender, mas eu não tava nem aí, já que não estava entendo bulhufas do que estava sendo dito. No dia seguinte, fui descobrir q o "café" é um lugar hype, de gente descolada, e que eu, com a minha cara de cansado e com o meu casacão esquimó não faria muito sucesso por lá. Pelo menos o sanduba tava bom.

Palavra do dia: Mustata (lê-se mustatza, significa bigode.)