terça-feira, 20 de maio de 2008

O melhor show da vida.



Hot Water Music. Domingo, 11 de maio de 2008. Hamburgo.

O show está marcado pras 21h, mas chegamos as 20h no local, com a intenção de assistir a banda de abertura. Muita gente na porta, esperando o evento começar (é, na Alemanha também tem social na porta do show) e, muito nervoso, resolvi entrar. Nada havia começado, mas não conseguia controlar a ansiedade. Pra tanto, passeamos pelo local, visitamos a barraca de merchandising, e esperamos.

Começa então a banda de abertura, os americanos do Dead to Me. Não conhecia a banda, mas curti o show. O som é bem similar ao HWM, banda principal da noite, e o show foi divertido. O vocalista falou um monte de besteira, mas deu pra perceber que eles estavam visivelmente nervosos. O show foi curto, e a galera não parava de chegar.

Intervalo, então pulamos na grade (estava acompanhado do meu amigo Leo) e esperamos. Um lugar perfeito, em frente ao mic do lado direito, o mic do Chucky, e eu sabia disso, lógico. Os detalhes iam se acertando, roadies no palco e coração na boca.

Pois bem, luzes se apagam e os caras entram no palco, ao som de uma intro instrumental meio mexicana, sei lá. Pegam os instrumentos, e pronto. Agora é de verdade. Primeira nota, primeiro acorde, um golpe que fez eu realmente entender que aquilo era pra valer. Os caras que eu mais admiro, a banda que carrego tatuada na perna, estavam ali, bem diante dos meus olhos. E escolheram uma ótima canção pra abrir: a flight and a crash. na sequência, só hits, todos devidamente esguelados por mim e pela galera que disputava a tapa o centímetro quadrado da grade: wayfarer; rooftops; trusty chords; giver; paper thin; all heads down; kill the night; free radio gainsvile; moonpies for misfits; jack of all trades; hard to know; remedy. um set impecável, uma passagem por diversas fases da carreira da banda. e o que se pode ver foi uma banda entrosada, som perfeito, belas execuções, caras bobos por ver um bando de alemães e 2 brasileiros surtando com as músicas, decoradas como hino, cheias de significados para cada um dos indivíduos presentes no local. Depois, uma breve pausa, uma despedida, e dois petardos inacreditáveis: a música que mais gosto da banda, Manual, seguida da segunda música mais foda: Turnstile. E se você achou que, mesmo depois disso tudo o show teria acabado, se enganou. Os caras, ainda no gás, voltam e lançam at th end of a gun, com sua belíssima letra, executada perfeita, com direito a sing along e tudo. Mais quatro canções deram sequência a esse incrível concerto: our own way; old rules; no division e alachua.




Esse show significou muito pra mim, lógico, e ainda não consigo acreditar que estive presente. Ainda tive a oportunidade de conversar com Chris e com o Chucky, e o Chris me assegurou que os caras vão tentar ir pro Brasil esse ano, e o Chucky até mostrou a sua tattoo pra mim. Quando falei que era do Brasil, que tinha a tattoo há 10 anos e que a banda era tão importante pra mim, ele me deu um abração e falou: "cara, pode ter certeza, isso significa muito pra mim, não vou esquecer disso." É Chucky, não é só você que vai levar pra sempre esse show na memória.

Melhor show da minha vida. Obrigado, Hot Water Music.

"live your heart and never follow"
"learn to use all your fears, as a fuel, as an engine"
"because there's nothing but dying, and we're nothing, if we sell ourselves, close our eyes, never hear, never cry for living an empty life"